Só por um instante...

Queria poder expressar com todas as letras, palavras, vírgulas, tudo o que se passa dentro da minha cabeça. Hoje eu acordei meio literária, eu quero ser lida. Queria que todos pudessem compreender e que não se alterassem ao ouvirem palavras desconexas saírem da minha boca. Queria que soubessem que eu não ligo, simplesmente não ligo. Não tenho complicações, pudores, tabus e afins. Gosto de ouvir besteiras, confissões, não quero ter que julgar, não quero ter que mudar, não quero ter que reprimir. Livre arbítrio? Isso! Cada ser existente nesse mundo, tem o direito de escolha. É de liberdade que estou falando, de todas as maneiras, seja ela na escolha de uma cor, roupa, sexual ou profissional. Não quero ter que ouvir proibições, não quero que as proibições partam de mim. Quero por um minuto somente não ter que conviver com os prós e os contras, as comparações, o que eu deveria ser ou deixar de ser, o que é bom ou ruim, se poderia ou não, eu quero simplesmente ser e com um exagerado ponto de exclamação no final. Afinal cada um saber a dor e a delícia de ser o que é.

Amor Platônico!

Eu descobri que o que eu tenho não são sinas e sim amores platônicos. Pois é, no plural, são vários mesmo. É muito bom ter com quem imaginar coisas do tipo, um namoro legal, um casamento, uma viagem essas coisas de gente solitária. Cada um tem sua qualidade e seu defeito ( lembrando, é tudo fruto da minha imaginação), tenho amores que nem se quer sei o nome! São aqueles, que por algum motivo tem a rotina parecida com a minha e nos encontramos nas idas e vindas para faculdade, na padaria, na esquina da minha casa. Eu nunca olho fixamente para eles, para não me apaixonar mais. Tenho aquele amor também, que começou em um passado distante e nunca mais acabou, nos encontramos esporadicamente, trocamos olhares e nunca palavras, sempre tivemos bloqueios com as palavras e isso é uma coisa que não irá mudar nunca. Há também aquele amigo, que é lindo, educado, bem humorado mas não, não é para o meu bico, aliás, é para meu bico, mas é só amor platônico mesmo, conversamos pelo telefone, por mensagens, nos encontramos e não vou mentir não, já me imaginei casada com ele e viajando para Inglaterra. Não posso esquecer do professor, esse amor já tem quase uns dois anos e é extremamente secreto (ou não), ele é lindo, sarcástico, inteligente e possui o dom em não me dar lado algum, nossas conversas são restritas, ele nunca olhou diretamente para meus olhos e eu nunca consegui parar de olhá-lo, tremo na base quando ele me dá um simples oi e quando diz o meu nome. E necessito dizer, que toda mulher precisa de um vizinho gato, por quem morremos de amor, que fica lindo em qualquer roupa que usa, em qualquer carro que estiver, e em sua espetacular moto, é aquela pessoa simpática e educada, sabe o meu nome mas insisti em errar, talvez seja charme. Enfim, deu para concluir que minha vida é repleta de pessoas com as quais nunca tive envolvimento ( um ou outro, sim!). Mas são aquelas pessoas que não esperam nada de você, a não ser sua amizade ou te encontrar na padaria, ou no corredor do prédio, ou na rua. Fico feliz em poder usar e abusar da minha imaginação, pensando em encontros perfeitos e que essas pessoas não possuem defeitos, nesses relacionamentos, nós nunca brigamos, não há ciúmes. Se um dia algum deles descobrir sobre meu secreto amor, se algum dia algum deles morrer de amores por mim, perderia a graça. Eu gosto mesmo do que está dentro da minha cabeça, gosto do meu mundinho de faz de conta. Ficarei imensamente triste se um dia um deles se apaixonar por mim, terei que riscá-lo da minha lista, não será mais meu amorzinho, será como uma outra pessoa qualquer, será igual a tudo, eu não iria mais amá-lo.

A barata!

Talvez seja a fúria dos deuses, vai saber. Sempre tem aquele dia em que você acorda e acha que será como qualquer outro dia mas não, pode acontecer várias coisas inusitadas. Aquele dia em que você se depara com uma barata em seu apartamento e não sabe o que fazer, no meu caso eu soube muito bem o que fazer, sentei no chão e chorei como uma criança, um choro sentido que ainda imagino que não tenha sido só por conta de uma gigantesca e nojenta barata. Ela conseguiu aterrorizar de uma tal maneira minha vida que até em meus sonhos a desgraçada estava. Conclui que não sou uma pessoa forte como eu achava ser, me passou várias coisas pela cabeça enquanto eu chovara vendo aquela asquerosa, se eu tivesse alguém para me salvar daquele monstro e como seria aquele alguém, se eu ainda morasse com a minha mãe nada disso estaria acontecendo e como seria morar com ela ainda, se eu gritasse pelo meu vizinho gato como seria o depois da morte da barata, se eu tivesse comprado um exterminador de coisas monstruosas, como teria sido o dia da compra, em nenhum minuto se quer consegui me concentrar na morte daquela assustadora de menininhas, não conseguia parar de pensar, tinha tantos poréns para serem resolvidos na minha vida e justo naquela hora minha mente começou processar tudo e eu comecei a ficar apavorada em não conseguir resolver nem o problema da barata. Me senti uma inútil em não conseguir organizar meus pensamentos e logo me veio uma dúvida enorme. "Não consigo matar uma barata, não consigo para de chorar, não consigo parar de pensar. Como farei para resolver todos os problemas atuais e futuros??" Cristo, como é difícil, eu precisava de tantas coisas naquele momento, de um homem em minha vida, de um veneno para baratas, de um chinelo, de coragem. A única coisa que eu precisava era coragem, coragem de ligar para que eu realmente quero, coragem de bater na porta do vizinho, coragem de ir até o supermercado, coragem de pegar um chinelo, coragem para levantar do chão, parar de chorar enfrentar aquele monstro e o pior de tudo enfrentar os reais problemas. Mas tudo o que eu queria era continuar sentada alí, chorando e encarando a barata assim não precisaria colocar em prática todas as minhas estratégias, não precisaria ter o desgaste de alguma convivência, não precisaria me importar com nada, mesmo não consguindo para de pensar em TUDO. Até que, eu suspirei fundo e liguei, liguei chorando, soluçando sem conseguir falar direito, dizendo que o meu problema era a barata mas o problema nunca foi a barata, não era pra você vir me socorrer da barata, queria que me salvasse do tédio, da solidão, do dias inúteis, que trouxesse com você todo aquele bom humor, toda aquela graça que só você tem. A barata? Ah, você mataria depois, pois não importaria mais nada naquele momento, eu já estaria a salva mesmo. Meu maior medo nunca foi a barata, meu maior medo é não ter coragem e achar que nunca teria e realmente não tive. A minha aversão a bichos asquerosos foi uma desculpa, e você acreditou!

Pois é, não esbanjo tanto assim!

Segundinha típica, aulas, matérias, pessoas intragáveis, breguices alheias, um dia pefeito para o tédio, se não fosse a brilhante idéia de esbanjar. Por que não? Está no inferno, abrace o capeta.
- Vamos comer comida japonesa, póvos?
- Nossa, mas é muito caro. Vamos!
Passado alguns minutos, todos reunidos no restaurante.
- Meu Deus, vamos emborar e comer um pastel, aqui é muito caro.
- Não, não, hoje eu estou esbanjando. Vamos comer!
- Tudo bem, então!
- Moça, por favor, sashimi de tilápia, sushi hot philadélfia, quatro rolinhos primavera e uma caipirinha de morango com saquê.
Passado mais alguns minutos...
- Gente, veio contado, dois sushis pra cada um, cinco sashimi pra você, cinco pra você, cinco pra você e cinco pra mim.
- Nossa ainda estou com fome.
- Ahhh, rolinhos primaveras... salvadores da pátria.
- Nhoc, nhoc... cara, dois bocados e lá se foram os rolinhos.
- Ah, vamos pedir sobremesa...
- Por favor, banana flambada.
- Gente, nós pedimos uma só porção e é prato individual.
-Come e cala a boca.
- Nossa, eu comeria mais umas cinco dessa.
- Eu comeria mais uns três pratos de cada pedido.
Alguns minutos depois chega um casal.
- Eles pediram salmão.
- Salmão??????
- Moça, por favor, o cardápio.
- Preciso ver o preço do salmão.
- É, quando eu for rica comerei salmão até sair pelas orelhas.
- Corrigindo, eles pediram dois filés de salmão.
- Esquece, vamos embora.
- Nossa, a conta!
- Meu Deus, lá se foi a balada de sábado.
Continuando a conversa no carro...
- Gastei muito e ainda tenho fome.
- Vamos comer um pastel, custa só um real.
- Ai gente para com esse pensamento de podre. Veja o lado bom, estamos expandindo nossa cultura culinária.
- Cala a boca, meu final de semana já era.
- Para finalizar, vamos ao cinema?
- Aí é pedir para entrar em falência.
- Yes, nós somos estudantes e pagamos meia.
- Vamos!
No cinema, escolhendo o filme...
- Já encerram todas as sessões.
- Graças a Deus, vai dar para comprar um chiclete para passar o tédio do final de semana, já que não saírei de casa mesmo!
- Vamos embora!

Concluindo, estudantes, falidos, aspirantes em bons costumes, boas culínarias, admiradores da sétima arte e que não podem desfrutá-los, a não ser uma vez por mês e mesmo assim ficar o resto da semana quebrados!

Vida difícil essa!

Joie de Vivre!

Na minha vida a coisa mais importante são os amigos, classifico dessa maneira, pois amigos são como família e vice versa. Passei os melhores momentos da minha vida ao lado deles. Prezo as minhas amizades e tenho como algo sagrado. São pessoas com que posso contar, onde tenho apoio, onde recebo as críticas e elogios mais sinceros, são pessoas que eu realmente conheço e sei quando estou agradando ou não. Cada um da sua maneira acabam me completando, tudo que preciso está em suas personalidades, tenho amigos de bom humor, os estressados, os desligados, os rígidos, os cinéfilos, os originais, os comuns, os sinceros, os que chorão à toa, aqueles das broncas, aqueles que aconselham, aqueles que encorajam, aqueles que me colocam no meu devido lugar, aqueles que me mimam, aqueles que moram longe, aqueles que moram na rua de baixo, aqueles que já têm filhos, aqueles que já são noivos, aqueles que já mantém um relacionamento e os solteiros convictos. Não sou do tipo que possui vários, mas os que possuo já me bastam. Na maior parte do tempo passo consolidando minhas amizades, não meço palavras para saberem o quanto os adoro e admiro. Como já disse, os melhores momentos foram em suas companhias. Nas viagens, nas risadas, nas festas, nas brigas, nas cagadas, nos acertos, nas escolhas. Como gosto de dizer, eu não curto opostos e meus amigos carregam consigo um pouco de mim, nos seus gostos, nos seus atos, nas suas características, são pessoas que não precisam de palavras, basta um olhar, é tudo telepatia! Cada um recebe de mim o que conquistou e o que merece e à eles só contribuo com o melhor. Mesmo sendo dispersa com várias coisas, à eles devo minha atenção, mesmo tendo um bloqueio com demonstrações de afeto, à eles devo meu carinho, gosto das coisas do meu jeito, mas com eles discuto as opções, sou explosiva, tenho temperamento difícil e sou muito egoísta e por isso aprecio a paciência de cada um com a minha pessoa. Dizem que os amigos são opções de escolhas mas tenho absoluta certeza que há algum motivo maior e não simplesmente porque surgiram. Com todos aprendi algo, inclusive com aqueles que não tenho mais contato, as decepções fazem parte do procedimento e aprendizado. Não julgo, são apenas palavras sinceras da minha mania de achar que preciso expressar tudo o que penso. Gosto de tê-los por perto e saber que sempre estarão lá para o que eu precisar e o melhor, é recíproco. Não meço esforços para ajudá-los. E assim vamos seguindo, com a nossa comunicação por telepatia, com nosso amor exacerbado, com a nossa necessidade de estar reunidos, com todas nossas preocupações e diversões, mesmo na distância ou não, com imprevistos. No final eu sei que tudo vale a pena, tudo tem uma explicação, eu sei que a saudade não será em vão, que as palavras terá significados e as discussões uma conclusão.

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Uma bebida e um amor sem gelo, por favor!

Depois de muitos anos tentando, tentando e tentando, descobri que amor são para poucos mortais nesse nosso mundão de 6 bilhões de pessoas. Como alguém consegue manter um relacionamente duradouro, eu juro que queria descobrir a receita. Essa semana cheguei a conclusão de que não sou brasileira, eu desisto! Queria poder manter algo com alguém por mais de um dia, seria excelente. Eu saio e vejo casais na praça se beijando, no cinema namoradinhos abraçados e no restaurante senhores e senhoras casados há anos. E eu? Eu continuo com a minha vida universitária, tentando encontrar o chinelo para o meu pé ( sem frieiras ). Tive relacionamentos com os mais diversos tipos de pessoas, japoneses, turcos, loiros, cawboys, cabeludos, pessoas de nomes estranhos e aí vai uma lista imensa. E fico pensando, passado por várias etnias e personalidades e não encontrei ninguém que pudesse ser a minha tampa? Será que sou uma frigideira ou uma cumbuca? Eu assumo, não sou legal, tenho manias insuportáveis, ciumenta, sou briguenta, impaciente mas quem disse que todos os caras com quem mantive um relacionamento eram legais? Um tinha uma banda ( cara de bandas são lindos, mas dá trabalho), o outro tinha transtorno obsessivo compulsivo, o outro a pessoa mais narcicista da galáxia, o outro com problemas de maturidade e assim vai mais uma lista imensa. No meio de tantas etnias, personalidades e defeitos não consegui manter um namoro saudável por mais de um ano. Defeitos todos nós temos mas será que ninguém nunca conseguiu ver quais eram minha qualidades? Tudo bem, não nasci com nenhum dom extraordinário, não sou autodidata e não tenho nenhuma habilidade interessante. Será que não basta meu bom gosto musical, o meu interesse por literatura e sétima arte? Os homens não entendem que não estou a procura de um marido mas sim de alguém para passar algumas horas da semana comigo, que veja filmes, que goste de vinho, de festinhas, de barzinhos com amigos, que respeite meus horários e dias de TPM, não é pedir muito. Não quero ter que chegar em um lugar e procurar alguém, quero que bata na minha porta e fale "olha, eu sou o que você está procurando desde que nasceu, tenho 1.80, sou extremamente lindo e cheiroso, mantenho os dentes bem escovados, posso passar horas vendo filmes, gosto de escutar The Strokes e Zeca Baleiro, se quiser festar com seus amigos estarei disponível, deixarei você alguns dias para sair com meus amigos mas aí você aproveita para beber só com as amigas, eu não vou ligar quando estiver estressada, não vou pensar coisas quando quiser ficar sozinha, viajaremos juntos e ainda deixarei você escolher os lugares, não brigarei por coisas banais, e meus ciúmes será controlado, resolveremos tudo com uma boa conversa, mas evitarei discutir a relação porque sei que você odeia, darei presentes inusitados, não deixarei passar o dia dos namorados em branco, pois sei que você dá valor a essas datas, e também não ficarei bravo quando não souber responder há quanto tempo estamos juntos, e não ligarei quando cair, rir da sua cara será a última coisa que farei, serei sincero mas nem tanto, entenderei suas manias bizarras, serei paciente, e farei surpresas, mandarei flores, e de preferência tulipas, pois sei que são suas preferidas, elogiarei suas roupas e direi que você é original, sei que gosta disso, nunca farei cócegas, pois sei o quanto é agoniante pra você, não te privarei de nada, sei que não gosta disso, serei fiel até onde aguentar e quando não der certo falarei no ato." Viuuu? Eu não estou pedindo um amor de cinema, eu estou sendo bem realista, eu nem estou pedindo para chegar em um cavalo branco!

HIPÉRBOLE!

Eu sou uma hipérbole com todas as suas definições!
Gr. hyperbolé, excesso
s. f.,
figura de estilo que consiste em engrandecer ou diminuir exageradamente a verdade das coisas;
Geom.,
curva em que é constante a diferença das distâncias de cada um dos seus pontos a dois pontos fixos chamados focos.
...em qualquer situação.
;)