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07/08/2011

Que sapatos!

Maria comprou um par de sapatos há um mês atrás e não os usa mais. O que é um fato que a deixa puta. Maria ultimamente tem comprado alguns sapatos de uso limitado. Não limitados por ela. E sim, por eles, os sapatos. Foram de chinelos à peep toes. Ela até que é seletiva, mas nunca escolhe algo funcional. Seus sapatos nem sempre vão combinar com seu jeans, seu vestido ou saia. Seus sapatos sempre vão ter um problema, um deles vai combinar com o dia, outro com noite e o pior de todos, aqueles que só combinam com as roupas de finais de semana. Maria se deu conta de que seus sapatos começaram a tomar conta de sua vida. No início, ela começou a se adaptar para seus sapatos. E não os sapatos se adaptarem a ela. Até que seu último sapato, foi o ápice. Foi quando se deu conta, que um só sapato não serve de segunda à segunda e muito menos quando você precisa deles para pedalar. Seus sapatos darão problemas. Se for um chinelo, no caso, aquela Havaiana bonitinha, que fica linda em Maria, quando as usa com jeans e camiseta branca, essas tais havaianas, uma hora ou outra vão arrebentar. Mas triste mesmo, é quando você compra aquele peep toe, cor nude. Maria pensava - Com esses posso usar jeans e nos finais de semana meu vestido de paetês. Que sapatos! Mas daí, o salto quebrou.

17/05/2011

Enquanto

Enquanto me descabelo para manter uma conversa sensata e sem insultos, você não se preocupa com nada. Enquanto eu penso na semana que vem, você vive o momento. Me preocupo com as ideologias e princípios e você passou dessa fase. Enquanto eu surto, você está rindo. Enquanto estou esquecendo de tudo, você aparece lembrando. Enquanto eu acho que estou sendo madura, você faz questão de lembrar que pareço uma menininha. Enquanto eu faço isso, você está sempre fazendo aquilo. Enquanto espero toda cautelosa, você simplesmemente surge. Enquanto eu complico, você esta lidando sempre com simplicidade. Enquanto penso antes de falar, você pede por sinceridade. Enquanto sou sincera, sinto que você não é. Enquanto você vomita todas aquelas palavras doces e confortantes, eu me desligo e finjo que não é comigo. Enquanto eu quero de uma vez por todas, você deixa subentendido. Enquanto eu peço, você se esquiva. Enquanto você quer, eu deixo de acreditar. Mas se for pra ser que seja tudo isso, mais um pouco e do meu jeito.

05/04/2011

Não temos mais pães

Ana passou pela padaria e notou que havia uma placa que dizia, vendemos pães. Oras, mas que padaria não venderia pães. Toda padaria que se preze quer vender pães. Então, resolveu entrar e comprar alguns. De início comprou cinco. O padeiro que era suspeito elogiou o próprio pão, mas claro que Ana caiu nas balelas e de fato, era tudo aquilo. No dia seguinte, passou novamente pela mesma rua e resolveu entrar. Percebeu que haviam tortas, bolos e roscas além dos tais pãezinhos. Mas conteve-se e dessa vez comprou sete pães. Ana foi aumentando o número de pães, até que, resolveu variar. Levou então, as tortas, os bolos e roscas. Ela virou uma cliente assídua, todos os dias estava lá para levar algo daquela padaria que tanto a interessou. Ana passava por lá semana após semana. O padeiro sempre a fazendo comprar mais. Até que um dia a menina chegou e fez seu pedido como fazia todos os dias, roscas, tortas e bolos. E o padeiro a respondeu de uma forma direta, mas com uma voz macia não temos mais. Então, Ana pediu pelos pães. O padeiro a vendeu exatamente cinco pãezinhos. Saiu então da padaria, totalmente insatisfeita e chateada. Até que chegou à calçada, tropeçou e seus cinco pães rolaram pelo chão. Ana se recompôs, voltou até o padeiro e pediu por mais cinco. E ele disse não temos mais nada, acabou tudo.

11/03/2011

Perdida

Não é por medo de perder que ela faz as vontades alheias, mas sim por ela mesma. Faz porquê quer e não por ele. Aliás, ele é algo que ela não estuda, analisa ou cria expectativas. Até tenta criar um asco, uma distância ou limites. Ela o deixa no meio da noite, não discute sobre eles, não cobra carinhos e não pedi por conversas para preencher o silêncio durante a ausência de assunto. Que inclusive, é constante, já que esses não permitem esse tipo de intimidade. Mas ela acontece, às vezes e quando eles menos esperam. E quando se pegam em um momento que foge de seus domínios, correm fazer uma piadinha com conotação sexual, para quebrar a tensão e voltar a ser aquilo que eles tentam ser. Um casal casual. Preocupam-se com o momento, com o tempo juntos, com o tempo separados, um com o outro. E descobrem que de casual eles não têm nada. Aí eles voltam para aquele momento em que se conheceram. Piadinhas, distância milimetricamente calculada, palavras pensadas, espontaneidade zero e muito cuidado com o que sentem e como agem. Ele tenta não se deixar perder pelos momentos, há um limite que ele segue e que ela pena para descobrir como fazer, pois ela já se perdeu. Nos momentos e nele. 
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