De uma época pra cá, tenho suplicado para que as coisas mudassem, para que voltassem ao normal, para que pudéssemos ter aquela convivência de sempre. Não, as coisas não voltaram ao normal, pra falar a verdade só pioraram. Só que dessa vez eu agi diferente, resolvi deixar pra lá. Vamos fingir que está tudo bem, mas por favor, sem muita intimidade. Todas nós já sacamos o ocorrido, resolvemos não falar sobre e brincar de faz de conta, brincamos que conversamos numa boa, brincamos de contar as coisas ( só as mais banais ), fazemos de conta que nos importamos, fazemos de conta que vamos combinar coisinhas de amigas, mas não se esqueça é tudo faz de conta e assim vamos levando. Até nos falamos ao telefone, aquela coisa restrita, sobre matérias e coisa e tal, é para ter aquela impressão de que estamos fazendo nossa parte, " mas eu te ligo", nem que seja para falar de faculdade. Não posso generalizar, existem pessoas que realmente fazem a diferença mas nesse texto não quero falar sobre. Quero expor mesmo a minha revolta, sobre aquelas pessoas que conseguem mudar suas opiniões de uma hora para outra, que conseguem fazer lembranças tão boas serem esquecidas, que conseguem quebrar um vínculo tão bom, pra mim sempre foi bom saber que poderia contar, agora realmente me faz mal. Me faz mal saber que não volta ao normal, me faz mal ter que fingir, me faz mal ter que olhar para fotos antigas, mensagens antigas, lembrar de conversas sentimentais, das ligações para desabafos, quando pedimos conselhos umas aos outras, mesmo não tendo nenhuma solução, conseguimos de alguma forma ajudar. As lembranças ficaram como um peso. Preferiria ser alguém sem coração a ter que aguentar tal situação. Queria poder realmente deixar pra lá, como disse no começo do texto mas quando a lembranças ressurgem, é inevitável.
A penetra - Sophie Kinsella
Há 2 dias